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sábado, 5 de março de 2011

Jean Wyllys X Ronaldo Fonseca

          Essa semana vem ocorrendo , embora não com muito destaque na mídia, talvez até não com o destaque merecido, uma discussão sobre a legalidade de se incluir nas declarações de imposto de renda o companheiro como dependente no caso de uniões homossexuais.
          De um lado o deputado Jean Wyllys exige que esse direito seja garantido. Do outro, o deputado Ronaldo Fonseca, da bancada evangélica, que afirma que  esse benefício seria inconstitucional, pois violaria o artigo 226, parágrafo 3 da constituição, que diz: "para efeito da proteção do estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento". Seria então necessário que se fizesse um projeto de lei, que teria que ser votado na Câmara e no Senado antes de ser aplicada.
          Porém, o deputado Jean Wyllys afirma que por trás desse argumento legalista se esconde motivação homofóbica, e diz que se é assim,  vai exigir que as igrejas, que são isentas do imposto de renda, prestem contas à sociedade.
         Concordo com o deputado Jean Wyllys quando ele defende que se garanta esse direito aos casais homossexuais legalmente reconhecidos, mas também concordo com o deputado Ronaldo Fonseca quando ele diz que isso tem de ser feito da maneira certa. 
          Quer as pessoas gostem ou não, a realidade é que esses casais existem e nosso Estado democrático deve sim representá-los e incluí-los. O que eu não vejo é a disposição de se debater sobre esse assunto. 
           As pessoas hoje em dia adoram parecer moderninhas e politicamente corretas, dizendo que aceitam os gays, mas ninguém está disposto a opinar seriamente sobre o assunto. Dá-se muito mais importância ao estereótipo engraçado criado em torno deles do que ao seu papel na sociedade, como cidadãos que contribuem tributária e culturalmente. Prova disso é a parada do orgulho gay ter muito mais presença na mídia do que quando os direitos dos homossexuais estão em jogo em brasília, como agora. Resumindo, o povo gosta da drag queen mas não liga muito pro deputado.
           Na minha opinião, isso sim é mascarar homofobia, ter medo de se discutir assuntos sensíveis como a inserção dos homossexuais nas atuais sociedade e família brasileira.
           Entretanto, também não concordo com a postura do deputado Jean Wyllys, se colocando contra as igrejas evangélicas em si, que também são um setor da sociedade que merece ser representado.Essa isenção foi concedida para ajudar a garantir a liberdade de culto, mas é claro que pessoas mal intencionadas tiram vantagem disso e devem ser punidas, mas não só no meio evangélico, já que também a igreja católica e os centros espíritas e qualquer outro templo ou organização religiosa são isentos de imposto. E todos devem prestar contas, não só as igrejas e não só porque a bancada evangélica se colocou contrária à concessão desse benefício.

2 comentários:

  1. " o direito de ir e vir está na constituição; logo, acredito que o direito de ficar ou não ficar está implícito..."

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  2. O Estado não é laico? Se é pra ser legalista, que se parta desse princípio! Além do mais não cabe a Deus, e somente Ele, julgar quem quer que seja? Que o Estado cumpra então seu papel de garantir que todos sejam iguais perante a lei...

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